Responsabilidades individuais e coletivas no lazer.
(páginas 11 e 12 da apostila 2 do Applique-se: Orientações de estudos de Ed. Física Módulo III)
Vamos a um exemplo de espaço público? A praça! Cantada em muitas canções, a praça pública tem todo um significado que, para uns, remete à Infância; para outros, sugere atividade física. E ainda existem os que pensam nesse espaço como um lugar de encontro.
Praça Jardim do Méier
A praça, juntamente com todos os espaços públicos de cultura e de lazer, é lugar que carece de zelo e manutenção. As responsabilidades são individuais e coletivas, e como um bom exemplo desse Investimento pelos órgãos públicos de conservação, veja esta publicação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2): “o objetivo das Praças dos Esportes e da Cultura é integrar num mesmo espaço físico, programas e ações culturais, práticas esportivas e de lazer, formação e qualificação para o mercado de trabalho, serviços sócio assistenciais, políticas de prevenção à violência e inclusão digital, de modo a promover a cidadania em territórios de alta vulnerabilidade social das cidades brasileiras”.
A Educação Física atua em diferentes espaços físicos e sociais. Seja na área rural ou urbana, zona sul ou periferia, a Educação Física trabalha em prol da cidadania, que perpassa pelas discussões envolvendo a necessidade de espaços públicos disponíveis para as práticas esportivas. A população só aumenta, e os espaços públicos não! Pelo contrário, muitos deles são rendidos a “espigões” e “arranha-céus” para acomodar a população que se multiplica. Às vezes, a praça e a quadra até existem, mas não estão em boas condições de conservação ou situam-se em lugares de risco e sem segurança. Como as atividades corporais podem ser vistas como necessidades essenciais do homem contemporâneo, essa demanda se torna um direito da cidadania. Você sabia disso?
Os esportes e as demais atividades corporais não devem ser apenas privilégio dos esportistas profissionais ou das pessoas em condições de pagar academias ou clubes. Dar valor a essas atividades e reivindicar acesso a centros esportivos, de lazer, e programas de práticas corporais dirigidos à população em geral, deve fazer parte da expectativa de todo cidadão.
É preciso buscar alternativas para assegurar condições mínimas de SEGURANÇA e de adequação, bem como estratégias para a ampliação da oferta dos espaços por parte dos órgãos públicos. A extinção ou a privatização dos espaços públicos, destinados às atividades de lazer e recreação, carecem de reflexões.
Praça Agripino
Você sabia que, por causa da apropriação dos espaços públicos de lazer e da falta de segurança nas ruas, as pessoas estão sendo levadas a ficar reclusas em casa?
Como possíveis causas para que a casa se torne, em muitos casos, o lugar onde as pessoas mais vivenciam o lazer, Pellegrin (2004a) pontua dois extremos: de um lado, tem-se as pessoas que possuem uma dificuldade grande de acesso aos equipamentos específicos, tendo seu lazer restrito à televisão; de outro lado, encontram-se aquelas pessoas que possuem uma rede própria de equipamentos de lazer no Interior de suas casas ou em condomínios fechados de alto padrão (horizontais ou verticais), favorecendo sua permanência no ambiente privado. No mesmo sentido, Marcellino (2006) também expõe que, como consequências das questões políticas e econômicas que envolvem o espaço, dentre elas, a violência e a falta de segurança que impedem a escolha do lazer das pessoas -, a casa, hoje, figura como principal equipamento de lazer”.